Com base no artigo de Pereira e Gibson (2020), a microbiota intestinal desempenha um papel importante na saúde, influenciando o metabolismo, o sistema imunológico e a barreira intestinal. A disbiose, uma alteração na composição e na diversidade da microbiota intestinal, tem sido associada ao desenvolvimento de várias doenças metabólicas, inflamatórias e até distúrbios neuropsiquiátricos.

Diversos fatores podem modular a microbiota, como:

  • Dietas ricas em gordura saturada, açúcares simples e pobres em fibras, associadas ao sedentarismo.
  • O uso frequente e indiscriminado de antibióticos.
  • Outros fatores como estresse, falta de atividade física e padrões inadequados de sono, também influenciam negativamente a microbiota.

O artigo não propõe um protocolo clínico específico para diagnóstico, mas destaca que a análise da microbiota intestinal pode ser feita por técnicas moleculares como:

  • Sequenciamento de DNA para identificar a composição microbiana.
  • Avaliação da diversidade microbiana e da produção metabólica (como SCFAs).
  • Monitoramento dos sintomas gastrointestinais e de marcadores inflamatórios.

A prevenção ocorre através da dieta e prática regular de atividade física, sendo assim, a dieta mediterrânea, rica em fibras, vegetais, gorduras saudáveis e pobre em processados, é a mais indicada. Os exercícios regulares (aeróbicos e anaeróbicos) aumentam a diversidade da microbiota e reduzem marcadores inflamatórios.

A combinação dessas estratégias tem efeitos sinérgicos, superando os benefícios individuais de dieta ou exercício isoladamente.

A intervenção principal para restaurar a microbiota é a modificação do estilo de vida, com foco na alimentação saudável e exercícios, como:

  • Exercícios aeróbicos realizados por 3 a 5 vezes por semana, com duração de 30 a 60 minutos, são associados à melhora da função intestinal e metabólica.
  • Prebióticos e probióticos naturais, por meio da alimentação (iogurte, kefir, fibras), contribuem para reverter a disbiose.

A saúde intestinal depende fortemente de hábitos alimentares e de vida equilibrados, como mostram diversos estudos científicos. Casos como o da Preta Gil, que enfrentou um câncer colorretal, reforçam a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do cuidado com o intestino. Adotar uma dieta rica em fibras, praticar exercícios físicos e evitar o consumo excessivo de ultraprocessados, são passos essenciais não apenas para o bem-estar, mas também para reduzir o risco de doenças graves.

Intestino saudável, vida com mais saúde.

Géia, você saudável e seguro, é a nossa meta.

Tatiana Moretti Paulini- Nutricionista – CRN3: 68757

Referência:

  1. ZHANG, Li; LIU, Yuan; SUN, Ying; ZHANG, Xin. Exercício físico combinado e dieta: regulação da microbiota intestinal para prevenir e tratar doenças metabólicas: uma revisão. Nutrients, v. 14, n. 22, art. 4774, 11 nov. 2022. DOI: https://doi.org/10.3390/nu14224774. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9699229/.
  2. ZOETENDAL, Erwin G.; DE VOS, Willem M. Effect of diet on the intestinal microbiota and its activity. Current Opinion in Gastroenterology, v. 30, n. 2, p. 189–195, mar. 2014. DOI: https://doi.org/10.1097/MOG.0000000000000048. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24457346/.
  3. REDONDO-USEROS, Noemí; NOVA, Esther; GONZÁLEZ-ZANCADA, Natalia; DÍAZ, Ligia E.; GÓMEZ-MARTÍNEZ, Sonia; MARCOS, Ascensión. Microbiota and lifestyle: a special focus on diet. Nutrients, v. 12, n. 6, art. 1776, 15 jun. 2020. DOI: https://doi.org/10.3390/nu12061776. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7353459/